Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Embora muitos compostos tenham sido descobertos nos últimos anos para diminuir rugas e flacidez facial, a verdade é que os retinoides continuam imbatíveis como as mais poderosas armas nessa linha de combate. Sua família inclui o ácido retinoico e seus derivados, o retinol e o retinaldeído. “O ácido retinoico, também conhecido como Vitamina A ácida ou tretinoína, é um dos ativos que mais apresentam estudos comprovando eficácia no rejuvenescimento cutâneo”, ressalta Fernanda Sanchez (RJ), membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, pós-graduada em dermatologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Também, não é para menos: o ácido retinoico, o retinol e o retinaldeído promovem renovação celular, estimulam a formação de colágeno, reorganizam as fibras elásticas danificadas pela exposição solar e melhoram a irrigação sanguínea da pele. Resultado: superfície mais lisa e firme, com menos linhas.
O ácido retinoico, por ser tão potente, é fotossensibilizante, deixando a epiderme fina e sensível e exigindo distância do sol. Já o retinaldeído, precursor direto do ácido retinoico (ou, seja, quando aplicado na face se converte nele), não provoca tanta irritação e costuma ser melhor tolerado. O retinol, por sua vez, também é um precursor, e precisa ser convertido em retinaldeído e depois em ácido retinoico pelas enzimas da pele.
Confuso? Bem, o que interessa, mesmo, é que essa turma de retinoides pode fazer muito por você ao retardar os sinais de envelhecimento. “Além das propriedades já citadas, eles regularizam a pigmentação, clareando manchas”, salienta Erika Voltan (SP), membro das Academias Brasileira e Americana de Dermatologia. E tudo isso, ela assegura, após três a seis meses de uso sistêmico, em geral à noite.
Efeitos colaterais
Para ficar muito mais jovem, a pele sofre um pouco: em geral há eritema, quer dizer, vermelhidão no local, seguida de ressecamento e descamação. Esta esfoliação, diga-se de passagem, é bem-vinda porque renova a superfície. “Algumas pessoas podem sentir queimação, coceira e dermatites, que deixam a região inflamada”, destaca Erika, observando que tais sintomas ocorrem mais no caso do ácido retinoico. Por isso, pessoas de pele sensível ou com tendência a ressecamento que queiram se valer do tratamento devem optar pelos precursores do ativo – ou seja, o retinol ou retinaldeído. “A exposição solar fica terminantemente proibida, pois, como já foi dito, há total intolerância aos raios ultravioleta.” O uso de filtro solar com fator de proteção alto (FPS 50 no mínimo) é obrigatório e, para quem não puder evitar o sol, é recomendável interromper o uso dos retinoides.
Uma boa dica para não piorar a sensibilização é evitar, no período, a utilização de itens como loções adstringentes ou tônicas – principalmente as que contenham álcool –, esfoliantes, sabonetes abrasivos e esponjas. “Vale, também, intercalar o emprego com hidratantes ou cremes com princípios tensores ou vitaminas, aplicando o cosmético com retinoides apenas duas ou três vezes por semana, por exemplo”, aconselha Érika. E não precisa deixar a noite inteira: caso a epiderme esteja reagindo muito, remova o produto após duas ou três horas. “Alguns pacientes apresentam efeitos colaterais somente no início; depois, a pele se acostuma. Por isso, o médico, em geral, inicia a terapia com doses baixas e vai aumentando gradativamente.”
Acompanhamento médico
Importante: o dermatologista deve prescrever e acompanhar o tratamento que incluir ácido retinoico, que é considerado um medicamento. O rigor é menor em relação ao retinol e retinaldeído, classificados como cosmecêuticos, porém a supervisão profissional também é indicada. Como dicas de uso, anote: devem ser usados à noite (exceção para alguns produtos de uso diurno); em uma camada bem fina, e convém evitar a área próxima aos olhos e o pescoço. “De manhã, tem que remover com água e sabonete líquido suave e, logo em seguida, aplicar filtro solar com FPS 50”, enfatiza Fernanda Sanchez. Se acontecer irritação na epiderme, uma boa forma de aliviar o desconforto é borrifar água termal.
Quem não pode aderir a esse tipo de produto: menores de 12 anos, pessoas que apresentam hipersensibilidade aos componentes, grávidas e mulheres em fase de amamentação. Pacientes com rosácea (doença de origem vascular caracterizada por vermelhidão, vasos finos avermelhados, edemas e pápulas) também devem evitar. “A depilação com cera na face só pode ser realizada após o creme ter sido suspenso por sete dias”, adverte Fernanda, observando que as peles oleosas são as que melhor suportam o tratamento.